Era uma vez, em tempos de covid,
uma família que tinha o restaurante “Bons Petiscos” numa rua histórica perto da
sé de Braga. Éramos três, os meus pais dedicavam-se às refeições e eu estudava
informática a ajudava-os na contabilidade.
Todos
nós trabalhávamos no duro, para manteremos o tasco aberto. Só que com a
pandemia tivemos de fechar, o que levou subitamente à desgraça. A mãe chorava,
mas tinha esperança em manter aberto o restaurante. Repetia durante o jantar
todos os dias:
-
Acredito que o céu nos vai ajudar!
- AH! AH!
AH! Ah! – riu-se o seu filho – aparecem anjos a sair e a cantar do céu!
- Bem,
vou fazer um chazinho para nos animarmos.
Naquela
noite, o meu coração estava apertadinho e os meus pais estavam pensativos. Eu e
o meu pai deixamos as chávenas cheias de chã de cidreira. Fomos todos
descansar.
No dia
seguinte, eis o espanto de todos nós! Parecia que alguém tinha bebido o nosso
chá e sabia das nossas dificuldades, porque deixaram um livro de receitas mágicas
takeaway.
Eu abri-o rapidamente e logo a seguir os génios benfazejos, pequeninos, magrinhos e com as suas roupas de cores alegres, saltaram de lá como hologramas. E começaram a cantar:
«Aqui têm receitas
para levar lá para fora
a toda a hora!»
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