domingo, 17 de janeiro de 2021

A mágia do takeaway

  

Era uma vez, em tempos de covid, uma família que tinha o restaurante “Bons Petiscos” numa rua histórica perto da sé de Braga. Éramos três, os meus pais dedicavam-se às refeições e eu estudava informática a ajudava-os na contabilidade.

                Todos nós trabalhávamos no duro, para manteremos o tasco aberto. Só que com a pandemia tivemos de fechar, o que levou subitamente à desgraça. A mãe chorava, mas tinha esperança em manter aberto o restaurante. Repetia durante o jantar todos os dias:

                - Acredito que o céu nos vai ajudar!

                - AH! AH! AH! Ah! – riu-se o seu filho – aparecem anjos a sair e a cantar do céu!

                - Bem, vou fazer um chazinho para nos animarmos.

                Naquela noite, o meu coração estava apertadinho e os meus pais estavam pensativos. Eu e o meu pai deixamos as chávenas cheias de chã de cidreira. Fomos todos descansar.

                No dia seguinte, eis o espanto de todos nós! Parecia que alguém tinha bebido o nosso chá e sabia das nossas dificuldades, porque deixaram um livro de receitas mágicas takeaway.

                Eu abri-o rapidamente e logo a seguir os génios benfazejos, pequeninos, magrinhos e com as suas roupas de cores alegres, saltaram de lá como hologramas. E começaram a cantar: 

«Aqui têm receitas

para levar lá para fora

a toda a hora!»

 

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